Desejo às vezes voltar aquela casa, onde nasci. Correr no terreiro grande, depois entrar para dentro, e tomar uma água com um pedaço de rapadura. Antes do almoço sair para pescar, tomar um banho no poço, encher a boca com a água e depois jogar para cima.
A casa era grande, o bigode do meu pai também era grande, havia respeito.
Quando chovia, corríamos nas estradas, que coisa tão singela, que simplicidade.
O cavalo de pau, passava a noite inteira no quarto, juntinho da cama.
No pé de goiabeira que ficava por trás de casa, os passarinhos cantando e se alimentando das frutas. O vem-vem, dava seu recado, mas por fim, não vinha ninguém.
Mas que coisa boa quando pãozeiro passava, o pãozinho com leite e café bem quentinho.
No domingo, às pessoas iam à igreja, o pão e o vinho era mais puro, tudo era abençoado, até quando um passarinho morria, havia sentimento de tristeza.
Na hora das refeições, todos oravam, havia gratidão, e Deus não estava tão distante de nós.
Que saudade da casa branca lá do sítio gavião, onde o suor e às lágrimas dos meus pais ainda eu encontro lá.
Entre tristezas e sofrimentos, ali fomos tudo e nada, mas vivemos, e isso foi como um pirulito premiado, na feira livre do Mutirão.
Se é que vocês me entendem.