A crônica do meu sentimento
VIDA BOA
Acordar logo bem cedinho, fazer o fogo de lenha, sair para a roça, botar os pés na água do riacho, conversar com os vizinhos sem ter pressa pra voltar.
Tomar água na jarra de barro, enxugar a boca com a gola da camisa, não saber de notícias, nem projetos dos homens civilizados.
Comer um bom sarapatel, acompanhado de uma boa cachaça, acender um cigarro de palha e deitado na rede, contar às estrelas.
Escutar os bichos da noite, vendo os relâmpagos cortando o céu do sertão.
No silêncio da madrugada, levantar, abrir a porta, e chamar o gato pra dentro, enquanto os vagalumes iluminam as trevas do quarto, e a mãe-da-lua assombra os meninos.
Não passar fome, não dever a ninguém, ter farinha, açúcar e café, ter muitos amigos e nos domingos poder ir a igreja, depois comprar pão e voltar para casa. E isso durante toda vida.
Se é que vocês me entendem.