Diversos empresários, economistas, diplomatas e representantes da sociedade civil se uniram em um manifesto em defesa do sistema eleitoral brasileiro, destacando que o "o princípio-chave de uma democracia saudável é a realização de eleições e a aceitação de seus resultados por todos os envolvidos".
Sem menção ao presidente Jair Bolsonaro, o texto é categórico ao dizer que o País "terá eleições e seus resultados serão respeitados" e que "a sociedade brasileira é garantidora da Constituição e não aceitará aventuras autoritárias".
Entre os signatários do mundo empresarial estão nomes como Frederico e Luiza Trajano, do Magazine Luiza; Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal, do Bando Itaú Unibanco; Carlos Jereissati, do Iguatemi, Pedro Passos e Guilherme Leal, da Natura e Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde. Também assinam economistas como Armínio Fraga, Pedro Malan, Ilan Goldfajn, Persio Arida, André Lara Resente, Alexandre Schwartsman e Maria Cristina Ponotti.
O manifesto também traz assinatura de políticos, como o presidente do Cidadania, Roberto Freire, e de dirigentes de entidades da sociedade civil, como Priscila Cruz, do Todos pela Educação. Lideranças religiosas também subscrevem o documento. Lá estão o cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, e o rabino Michel Schlesinger.
O manifesto foi divulgado no mesmo dia em que o presidente passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news. A decisão do ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
ÍNTEGRA DO MANIFESTO
"O Brasil enfrenta uma crise sanitária, social e econômica de grandes proporções. Milhares de brasileiros perderam suas vidas para a pandemia e milhões perderam seus empregos.
Apesar do momento difícil, acreditamos no Brasil. Nossos mais de 200 milhões de habitantes têm sonhos, aspirações e capacidades para transformar nossa sociedade e construir um futuro mais próspero e justo.
Esse futuro só será possível com base na estabilidade democrática. O princípio chave de uma democracia saudável é a realização de eleições e a aceitação de seus resultados por todos os envolvidos. A Justiça Eleitoral brasileira é uma das mais modernas e respeitadas do mundo. Confiamos nela e no atual sistema de votação eletrônico. A sociedade brasileira é garantidora da Constituição e não aceitará aventuras autoritárias.
O Brasil terá eleições e seus resultados serão respeitados".
fonte: JC.