A articulação dos comandantes já é lida em Brasília como um recado de que as Forças não aceitariam ser usadas por Bolsonaro em qualquer iniciativa golpista.
Leal Pujol (Exército); Ilques Barbosa (Marinha); Antônio Carlos Bermudes (Aeronáutica). |
Os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica devem colocar seus cargos à disposição do novo ministro da Defesa, general Walter Braga Neto, em uma reunião prevista para o começo da manhã desta terça (30/3) na Esplanada dos Ministérios.
A decisão dos militares teria sito tomada em uma reunião realizada nessa segunda-feira (29/3). Eles querem acompanhar a saída do general Fernando Azevedo da pasta, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro nesta segunda após seguidas negativas de apoio político ao governo federal.
Azevedo caiu após o limite da relação com o Chefe do Poder Executivo Federal ser atingido, quando Bolsonaro voltou a insinuar que queria o apoio do Exército para aplicar medias de exceção como o estado de defesa em estados e municípios que adotaram lockdowns ou quarentenas rígidas na tentativa de conter os avanços dos números da pandemia de covid-19.
Se Edson Leal Pujol (Exército); Ilque Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica), saírem junto, o fato será inédito e pode gerar um crise ainda maior entre as Forças Armadas e o Palácio do Planalto. Para tentar aplacar o comando militar, o novo ministro da Defesa que convencer Barbosa e Bermudez a ficaram, pelo menos, por ora.
Braga Netto não aposta no convencimento de Pujol, porque ele é o único cuja permanência não é especulada por ninguém, dado o grau de animosidade entre ele e Bolsonaro, que em 2020 ensaiou demitir o general.
Nos corredores de Brasília, parlamentares e membro do governo já leem a articulação dos comandantes como um recado de que as Forças querem dar a Braga Netto de que não aceitariam ser usadas por Bolsonaro em qualquer iniciativa golpista. A crise acontece à véspera do aniversário de 57 anos do golpe de 1964.
Fonte: JC.