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quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS.


CONTROVÉRSIAS

Olho por olho, dente por dente. E o glaucoma? E as cáries? E os dentes postiços?
Cabeças expostas ao vento... pensamentos presos em camisas de força... afastam-me das pernas de Marilyn Monroe.
Fotografias em preto e branco... histórias do nada.
Anjos nas portas das igrejas, demônios nos púlpitos.
A multiplicação dos pães no deu fome; o amor, sede.
Terra à vista! Homens e mulheres... nesta torre de Babel, a hipocrisia é santa.
Sonhos de papel.
A democracia cruel esconde o rosto na sobra do absurdo.
E cântico dos livros virá... talvez, amanhã.
Quem sabe?
Se é que vocês me entendem!!!

sexta-feira, 12 de julho de 2024

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS.

CONTROVÉRSIAS

Olho por olho, dente por dente. 
E o glaucoma?; e as cáries?; e os postiços?.
Cabeças expostas ao vento, os pensamentos presos em camisas-de-força me afastam das pernas de Marilyn Monroe.
Fotografias em preto e branco, história do nada.
Anjos nas portas das igrejas, os demônios, nos púlpitos.
A multiplicação dos pães, nos deu fome, o amor, nos deu sede.
Terra a vista! homens e mulheres, nessa torres de babel, a hipocrisia é santa.
Sonhos de papel.
A democracia cruel, esconde o rosto, na sombra do absurdo. 
E o cântico dos livros, virá, no amanhã talvez.
Se é que vocês me entendem!!! 


 

sábado, 6 de julho de 2024

CRÔNICA DE MARIO SANTOS.


NA FEIRA

Ontem na feira livre um amigo me abraçava, outro dava-me a mão. Às conversas eram longas. Pastel Caldo-de-cana; bolinhos-de-goma, comer quebra-queixo na barraquinha e tomar água fresquinha no pote que ficava em cima do banco.
A mulher das verduras fazia promoção de alhos e cebolas; o mendigo tinha no rosto um olhar de esperança; as crianças faziam festa no algodão doce.
Em cada bando da feira livre, haviam pessoas sando risadas, compadres e comadres falando de roçado, da chuva dos afilhados.
Feira livre de Ibirajuba, lugar de encontros, onde os poetas e os trabalhadores, contavam a nossa história em forma de Saudade.
Se é que vocês me entendem!!!


quinta-feira, 4 de julho de 2024

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS.

FILOSOFIAS

Não dou conselhos a ninguém. 
Não quero saber de festas, doces, queijos e refrigerantes odeio-os. 
Não vejo nos filhos de hoje, respeito e educação... eles, já não usam pedir a bênção aos pais.
Em meu tempo, um pai e uma mãe, eram reis, imperadores; Hoje são escravo dos remédios, dos óculos e da gastrite.
Hoje minha alma morre de saudades do meu pai; o seu quarto, ainda têm o seu cheiro, cada foto sua tem o raio-x dos dias, dos meses e dos anos que passamos juntos.
O cemitério tornou-se para mim, a casa onde meus pais nunca estiveram lá.
Lê um livro, catalogar passarinhos, isso é para os sábios, para aqueles que podem numa sexta-feira a noite, quase dormindo, olhar para às estrelas e dizer: "Ó Deus, dai muitos anos de via a pai e mãe." 
Agora olho para o relógio e sinto que o adeus, é a única palavras que nunca saberei soletrar.
Se é que vocês me entendem!!!


quarta-feira, 6 de março de 2024

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS.

CONTRA REGRAS
Quem irá acreditar em meus escritos?
Talvez, o vira-lata que me olha quando passo; ou aquela debutante dos pés de racha, que insiste em querer ser a mulher gato.
E como se a morte não existisse, escrevo e escrevo.
Sempre fazendo um total descaso do veredicto final.
Em um país, que se valoriza mais um canil, do que uma biblioteca, pergunta-se: quem se salvará?
Nessa vida acretinada, só os livros, nos livram dos homens canalhas.
"Se é que vocês me entendem." 

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

CRÔNICAS DE MÁRIO SANTOS.

ONTEM FOI ASSIM
Enquanto a cidade dormia, eu dançava um tango com a morte.
No lençol escuro que cobria às ruas, o Drácula semeava suas pérolas.
Confesso, minha sorte, foram os gatos-pingados que não dorme.
A liturgia da ciência, deu-me uma sopa de paralelepípedos; e a justiça seja feita, sopa de paralelepípedos mesmo.
Mas ainda vivo, cantei louvores.
Se é que vocês me entendem!!!


sábado, 30 de dezembro de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS.


AO MEU PAI

Todas as manhãs, queria puder voltar ao sítio Gavião, e crê que meu pai, antes da meia noite abriria a janela do corredor de nossa casa, e nos falava dos relâmpagos.
Meu pai nunca foi um homem do mar, ele conversava com os passarinhos e com às águas do rio Chata. Era um homem puro, tão simples, que às borboletas no fim das tardes faziam poemas em seu caminho.
A filosofia do velho Chico de Zumira, nos deu um sítio Gavião de saudades, e o choro de um menino que corria com o realejo Pátria Formosa, certo que a morte nunca existiria.
Meu pai, amanhã de manhã, no primeiro canto do galo de campina, seremos eternos, assim como tu já és!
Se é que vocês me entendem. 


sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS


 IBIRAJUBA DE CORPO E ALMA

Minha querida Ibirajuba, cidade do açude, que no meu tempo de menino foi  meu mar.
Frondosa Gameleira, onde toda sexta-feira, o rosário de coco catolé respondia minha oração.
A Escola Manoel Moreira da Costa, um dia me disse, que os meus sapatos Conga, fariam o meu caminho do Sítio Gavião até a nossa Ibirajuba de agora. 
A mesma estrada, a eterna saudade, o Rio Chata, o lápis e o caderno, Ibirajuba, afortunados são teus filhos.
60 anos de emancipação de minha cidade, quisera eu contar os pintassilgos nos muçambê que ficavam ao lado da igreja matriz.
Quisera engraxar os sapatos marrons do meu pai e ver seu Demar dar gargalhadas com às histórias de Pedro de Zé Chico.
Na procissão de Santo Isidro, a nossa fé nos deu um futuro pujante. 
E amanhã, ou depois de amanhã, eternamente, seremos Ibirajuba de Corpo e alma.
Se é que vocês me entendem.


sexta-feira, 24 de novembro de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS

AUSÊNCIA
Que vontade de voltar ao velho sítio Gavião, acordar cedo, esperar minha mãe varrer o terreiro para botar o café. Depois ir pescar no Rio, assar o peixe na beira d'água, e sem nenhuma inquietação na alma, tomar banho na água calma e fria. Ver meu pai, pendurar em uma vara de pau, alguns peixes ainda vivos, com os pés descalços voltar para casa.
Ás pessoas da cidade, não tinham boas notícias nos jornais, o preço do pão, a morte do guarda noturno, foi infarto, não, foi a tiros... No sítio Gavião não havia notícias, nem grilos em postes, e isso era tão bom.
A Escola Manoel Moreira da Costa é sonho, mas antes pegamos tuins e curió. O radinho de pilhas, anuncia o desaparecimento de um cachorro. Meus Deus! Com tantos pirulitos e algodão doce, falar do desaparecimento de um cachorro, dá vontade de rir.  
O redemoinho entra pela a porta, o fogão de lenha quase se apaga, o bêbado se assombra.
Que sol de solidão, que lua tão grande no sítio Gavião, às noites são dos vagalumes...
E minha mãe, nos dava à benção, e a vida não precisava lutar contra a morte.
Se é que vocês me entendem.


segunda-feira, 2 de outubro de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS

NA BOCA DO GATO

Pois bem.
Hoje de manhã, um maldito gato matou o Rouxinol que sempre cantava antes dos primeiros raios de sol.
Eu disse cantava. Mas o assunto aqui é outro.
Imagine vocês, a seguinte cena (e digo de passagem, uma cena patética): o povo sendo representado por menos de meia dúzia de semianalfabetos, que não discursam, relincha. Uns gatos malvados, que agem se nenhuma piedade, e se intitulam, serem cristãos. 
Maldito seja a missa, ou o culto que declaram esses hipócritas irmãos.
Cada um de nós, se ainda não fomos iguais ao inocente Rouxinol, que fiquemos em alerta, o diabo existe, e é um democrata, ou seja é para todos, se é que estou sendo claro. 
Trocando em miúdos, temos a quem pedir socorro? 
Que faremos diante dessa verdadeira torre se Babel?
Digo-vos; se o agora funesto rouxinol, pudesse falar diria: Demos com os burros n'água, ou melhor, estamos na boca do gato.
Se é que vocês me entendem.




quinta-feira, 28 de setembro de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS


REACIONÁRIO

Se a fome é académica, a sabedoria não passa de uma Ratazana vadia, na filosofia de um playboy desgarrado.
Para que fabricamos santinhos, se o pecado veio importado do jardim do Éden.
Quanta cretinagem, um idiota confesso, fazendo o papel de Reacionário.
Sodoma e Gomorra, foram fichinhas, comparando-se aos neurônios do discípulo de Alfred Hichkov.
Pobre alma aprisionada, implorando pelo um bom prato de papinha.
Se é que vocês me entendem.  


quarta-feira, 27 de setembro de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS


IBIRAJUBA 6O ANOS

Cidade querida, terra das gameleiras, Ibirajuba 60 anos de vida.
Nesse momento, por toda parte, onde tiver um ibirajubense, cheio de nostalgia, lembrará da Escola Manoel Moreira da Costa, e no canto dos pardais da igreja matriz, recordará a fé do nosso povo, que saindo em procissão, louva ao Santo padroeiro. Deus abençoe os filhos, que Santo Isidro nos deu, bendita a água do açude onde os animais mataram a sede nos tempos de outrora. Saudamos o campo Severiano Gomes, vida da vida dos filhos da reminiscência esportiva. 
Ibirajuba das praças e das ruas da saudade, Ibirajuba, jovem senhora, que na história, 60 anos já viveu. Na aragem da noite, Ibirajuba como se fosse uma mãe que aquece seus filhos.
E quando o sol brilha de manhã, lhes cobre de esperança. Nessa terra amada, um dia descansaremos eternamente, e os filhos de nossos filhos, darão a Ibirajuba, um futuro pujante. Menino que corre para o poço, vêm, vamos para o Alto de São Francisco, que o Rio da Chata canta garboso para os devotos que seguem para a vila. Ibirajuba, 60 anos de emancipação política, eterna é tua glória, no berço da honra e união. E teus filhos humildes, na sombra da Gameleira viverão e morrerão por ti oh Ibirajuba.
Se é que vocês me entendem.

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS

 

60 ANOS

Menino que chega com lápis e caderno na mão, já é hora, de saber o Bê a Bá.
Na terra das gameleiras, vai menino pobre tomar banho no açude, para depois jogar bolinha de gude, ouvindo uma notícia boa de muito longe o fone avisa: "o circo chegou!
Na escola Manoel Moreira da Costa às vogais e às consoantes deram louvores a Santo Isidro. E os meninos que hoje caminham nas calçadas de Ibirajuba, digam num futuro bem próximo: "Nos 60 anos de emancipação política de nossa cidade, a alma do nosso povo, nunca se encurvou diante das dificuldades". Então, sigamos ouvindo o som das águas do rio Chata, e com o coração cheio de fé, louvemos em devoção a São Francisco de Assis, na procissão nossa promessa é essa. Que na vida ou na morte amaremos nossa Ibirajuba, não só agora nos seus 60 anos, mas até para além da eternidade. Ainda em vida, na sexta-feira estremos na feira comendo bolinho de goma, rosário de coso e quebra queixo. Se a saudade doer, na farmácia de Zezé Firmino tem remédio para tudo. Depois, engraxarei os sapatos marrons lá em seu Demar.
De lá para cá, desfilei no 7 de setembro, vi coco e reisado minha Ibirajuba, das fotos em preto e branco.
E com a chegada da modernidade, às câmeras e o colorido, dão a nossa cidade, às honrarias de uma terra mãe. Ibirajuba 60 anos, teus filhos de hoje e sempre, nunca cortaram o seu cordão umbilical.
Ligados em Ti, para todo o sempre.
Se é que vocês me entendem.


segunda-feira, 10 de julho de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS


RELATÓRIO DE UM EX-ALUNO

Como doe, lembrar dos meus sapatos Conga, o lápis, o caderno e às borboletas do caminho do sítio gavião até a escola Manoel Moreira da Costa.
Chega um tempo, que vivemos só de saudades e esse tempo, vos digo: é agora. A matemática nunca mudou, a festa dos Carreiros, têm a mesma data, prefeita sempre vai e alguns vereadores também vão. E a multidão, conta carreiro por carreiro. Ah! E a música oficial, ainda é a de Zé Félix. E isso também é muito bom!. Do A ao Z, fizemos no ditado de palavras, e tudo isso ficou registrado  em uma foto, encontrada entre livros e recortes do caderno de desenhos. Nessa foto, Ivan Horácio de Andrade, Clemildo Galdino, Esdras Gama e eu, de lá para cá, quase tudo mudou. Eu disse: quase tudo. Porque a escola Manoel Moreira da Costa é a mesma de 10, 20, 30 anos atrás, e explico: Só  aquele recinto escolar, sempre  carrega a essência de uma ópera divinal, e  todos aquele, que estudou ali, sabe que é desse jeito! Meu Deus, ninguém chega para estudar no Manoel Moreira da Costa, sem que não tenha sonhos e saudades dos dias, meses e anos que se passaram tão rapidamente. 
Não sei por onde começar, mas vou direto a o assunto. Tijolos, ferro, areia e cimento, eis a construção da quadra de esportes, da escola Manoel Moreira da Costa. E eu, humilde aluno daquela escola, tive meus sapatos Conga, para não ir a aula descalço, ganho de Ivan Horácio de Andrade e por isso, e por muito mais que meu amigo Ivan foi. Peço-vos: Vamos homenagear Ivan Horácio de Andrade, dando o seu nome, a quadra de esportes, da escola Manoel Moreira da Costa. E se isso acontecer, eu (Mário Santos), vos digo: "Aqueles sapatos da marca Conga que Ivan me deu, nunca  mais, sairão dos meus pés.
Se é que vocês me entendem.


sexta-feira, 7 de julho de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS

HÁ 1 ANO
HA um ano que estou com minhas Crônicas ( CHUTANDO A BOLA e a CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS), no Ibirajuba Notícias. Se fosse para descrever minhas Crônicas, eu diria que elas  são como  um Cafezinho, e eu explico: Um cafezinho é  assim, para alguns é cheiroso, saboroso e muito bom; já para outros, amargo, forte e sem graça, mas no fim das contas, todos gostam. Pois bem, voltando a falar do primeiro ano, das Crônicas de Mário Santos no Ibirajuba Notícias. Agora, peço-vos perdão pela a falta de modéstia, mas, antes das Crônicas de Mário Santos, ninguém falava ou escrevia nada de nossa  história e tradições, nada. Em nossas linhas frenéticas, demos nomes e sobrenomes, e às pessoas  que fizeram história em nosso município, saíram do anonimato. Houve emoção e reconhecimento  das figuras marcantes da cidade. Em outras palavras: Bípedes e centauros, de paletó e gravata, na mesma foto. Na Crônica Esportiva CHUTANDO A BOLA, mesmo o futebol da cidade, estando parado, o torcedor têm um paliativo, que é às linhas folclóricas de Mário Santos, falando dos esportes com humor e emoção.  Em suma: Fizemos às Crônicas, para os ibirajubenses. Obrigado à todos!! 
Valeu Clemildo Galdino pela a confiança e até a próxima Crônica!
Se é que vocês me entendem.


quarta-feira, 5 de julho de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS


PÁGINAS DA MINHA VIDA

Desde o dia em que  nasci, eu tenho um punhal enfiado no meu peito. É uma saudade, que nem o Pavão misterioso e nem o mais ilustre dos cometas, arranca tamanha dor do meu peito. 
Caminho pela a calçada, às pessoas da outra calçada são felizes. 
Os meus livros antigos, trazem- me algum prazer, às letras fazem-me companhia.
Nos dias de maior saudade, sairei caminhando pela às estradas do sítio gavião. Molharei os pés no riacho, e darei bom dia a todas às pessoas que eu encontrar. Às borboletas, não sabem os nomes das pessoas que eu amava e já  morreram, a morte é uma semente da saudade, todos morrem!
Que horas são? Não me digam. O tempo já passou, às flores do Mussambê, agora perfumam o silêncio da casa abandonada. Só restou, os desenhos feitos com lápis  na parede, capas de discos antigos e uma vida. 
Minha vida.
Se é que vocês me entendem.

terça-feira, 4 de julho de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS

VOLTANDO PRA CASA

Muito melhor que beber um copo d'água quando se está com muita sede, é puder voltar pra casa. 
No caminho da volta, parar nas sombras da Jurema Preta, passar na bodega do vendedor que ainda hoje vende fiado. 
Quanta felicidade!
Conversar com os passarinhos, comer bolacha seca e tomar um bom café, depois um cigarro de palha para tirar a ansiedade.
Quando chegar em casa, quero sentar juntinho ao fogão de lenha, aliás, não se pode sentir a vontade de está em casa, sem que o fogo de lenha não esteja aceso.
Meu Deus! como eu sofri longe de casa. Sentir saudade do meu engraxate, e dos meus sapatos também, que pena, que minha mãe não está mais lá, meu pai agora distante.
Tudo dói muito, assim que eu chegar em casa, irei procurar o caderno das minhas anotações, quero saber, quando tempo faz que eu comprei meu realejo Pátria Formosa" e as datas das festinhas da escola.
Voltei para minha, tô em casa. Oxalá, eu só saio daqui, vencido pela força da morte.
Se é que vocês me entendem.


quarta-feira, 28 de junho de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS


DESEJOS E SAUDADES

Desejo às vezes voltar aquela casa, onde nasci. Correr no terreiro grande, depois entrar para dentro, e tomar uma água com um pedaço de rapadura. Antes do almoço sair para pescar, tomar um banho no poço, encher a boca com a água e depois jogar para cima.
A casa era grande, o bigode do meu pai também era grande, havia respeito. 
Quando chovia, corríamos nas estradas, que coisa tão singela, que simplicidade. 
O cavalo de pau, passava a noite inteira no quarto, juntinho da cama. 
No pé de goiabeira que ficava por trás de casa, os passarinhos cantando e se alimentando das frutas. O vem-vem, dava seu recado, mas por fim, não vinha ninguém.
Mas que coisa boa quando pãozeiro passava, o pãozinho com leite e café bem quentinho.
No domingo, às pessoas iam à igreja, o pão e o vinho era mais puro, tudo era abençoado, até quando um passarinho morria, havia sentimento de tristeza.
Na hora das refeições, todos oravam, havia gratidão, e Deus não estava tão distante de nós.
Que saudade da casa branca lá do sítio gavião, onde o suor e às lágrimas dos meus pais ainda eu encontro lá.
Entre tristezas e sofrimentos, ali fomos tudo e nada, mas vivemos, e isso foi como um pirulito premiado, na feira livre do Mutirão. 
Se é que vocês me entendem. 





segunda-feira, 26 de junho de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS

MEDO

Não gosto da chuva, ela me dá medo.
A água que corre por cima das telhas e cai no chão, trás para dentro de casa, a saudade dos dias que já se foram.
O Rio Chata, faz um enorme barulho, às águas correm para o mar, batem nas pedras, leva minha falsa liberdade.
O céu todo escuro, a foto de minha mãe na parede, quantas pessoas tentam se esconder da morte. Se eu pudesse, mudava a canção fúnebre da chuva, porque tanto medo?
Tudo isso se acaba, não fica nem uma singela gota d'água. Uma vez choveu a noite inteira, de manhã o sol brilhou e fomos a escola. A professora perguntou: "Do que vocês tem medo; da mula sem cabeça, do Saci Pererê?" Não professora, eu tenho medo da chuva!
A noite tão escura, os poucos vagalumes, fugiam dos meus livros de estórias, do lobisomem que morrera na chuva.
Se é que vocês me entendem. 




quinta-feira, 22 de junho de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS

VERDADE ULULANTE
Não é preciso siar, aos berros de esquina em esquina para se provar que Ibirajuba vive um momento de uma apoteose nunca vista antes. E eu vos explico: Antes as nossas festas, pareciam desfile de soldadinhos de chumbo, era tudo igual, a única diferença, era os aplausos dos quadrúpedes anti-racionários, ou seja, vivíamos feitos gatos, amarrados ao pé de uma mesa, presos a uma cretinice funesta. 
Mas agora, os ibirajubenses saem de suas casas com um sorriso cheio de dentes não postiços, e digo-vos; dentes sem nenhuma cárie.
Amigos, nossa cidade tá respirando tanta liberdade, que cada morador dá-se ao direito de andar, com um passarinho em cada ombro. Eis a verdade. Chegará um tempo que bastará um ibirajubense sair por aí, dando assobios, para que o Diário de Pernambuco e o Jornal do Commércio, tragam em sua primeira página, a seguinte manchete: "Ibirajuba têm o maior evento de assobios do mundo". 
Agora amigos, essa grandeza, só tivemos de 2 anos para cá. Antes éramos cachorros banidos de nossa casa. Mas os mesmos, que nos fizeram tomar o chá da tarde nas cavernas, agora são bípedes, que vivem de babá suas próprias gravatas. E mais, a torre de Babel que eles construíram, serviu-lhes de suco de pedras. Sem nenhuma indignação vos digo: Minha querida Ibirajuba fará 60 anos em Dezembro, mas de ressurreição, são apenas 2 anos.
Se é que vocês me entendem.  


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