O TEMPO PASSOU
Que água tão boa, e a água era do barreiro.
Uma vez, minha mãe me disse: "Meu filho, a vida só é boa, porque tudo passa, tudo se acaba." E só agora eu entendi.
Uma vez, minha mãe me disse: "Meu filho, a vida só é boa, porque tudo passa, tudo se acaba." E só agora eu entendi.
Quando sinto saudades dos meus avós, vou à casa velha onde eles moraram. Ali, só os rouxinóis e os morcegos sabem a dor da solidão. O café feito no fogão de lenha, nas noites de lua com o céu estrelado. Quanta falta faz a comida simples de minha mãe.
Na sexta-feira, no banco de quebra-queixo, doces e uma boa caneca d'água.
Uma vez fomos para o rio da chata, pegamos um molho de peixe... Que almoço inesquecível, que tarde linda.
Na escola Manoel Justino (Sítio Gavião), não tinha merenda... nós íamos para os pés de imbu.
Certa vez, fui para Cachoeirinha e lá tomamos caldo de cana com pão doce, que vendedor simpático.
A escola Manoel Moreira da Costa, às vezes, dava-me medo, mas quem não queria estar naquele recinto escolar?
Meu pai falava-me de tudo, menos do bicho-papão e do Saci Pererê. Naquele tempo, a vida era tão boa que não tínhamos bicho nenhum. Quando tive meu primeiro par de sapatos da marca Conga, eu já tinha quase 12 anos... aquilo foi um sonho, e o que Mariazinha ia achar dos meus pés calçados?
Chiclete, algodão-doce e pirulitos... meu Deus! Só em sonhos.
A minha casa era pintada na cor rosa, e meus pais viviam orgulhosos daquela tão linda cor. As cortinas da sala eram marrons, e o rádio da marca "ABC-Voz de Ouro" ficava sempre ligado na rádio Difusora de Caruaru no programa "Correio Nordestino" com Ivan Bulhões.
E o tempo passou... mas, não para mim... e Deus sabe!
Se é que vocês me entendem!!!
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