terça-feira, 6 de junho de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS

INTELECTUALISMO.

Ao pé da letra, digo-vos; hoje eu me sinto um bagaço de laranja, por mais espremido que eu fosse não sairia um pingo, uma só letra. Confesso, a maior frustração de um homem está muitas vezes dentro de sua própria casa. Longe do cigarro do álcool, obriga-o a lê os poemas intermináveis de Luís de Camões.
Um intelectual me abordou hoje com a seguinte pergunta: "Vocês querem mudar o mundo?" Fiquei em silêncio. Ele disse mais: "O sistema é podre, vocês são podre!" Nas minhas contas ele já estava no quinto cigarro, acendeu mais um. 
Venci minha falta de palavras, perguntei-lhe. "Entendes o quê, sobre mudar o mundo?" Ele me respondeu na bucha. "Nada só não acredito em ninguém!"
Os intelectuais na maioria deles se acham a cara do império romano. E vos digo, não são, e nunca serão, muitas vezes não passam de cãozinhos amestrados com diplomas manchados pela a hierarquia viciante do poder.
Abutres famintos, que tenta nos sucumbir na lama, que eles trazem escondidos por trás dos próprios dentes.
"Se é que vocês me entendem". 


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