Não gosto da chuva, ela me dá medo.
A água que corre por cima das telhas e cai no chão, trás para dentro de casa, a saudade dos dias que já se foram.
O Rio Chata, faz um enorme barulho, às águas correm para o mar, batem nas pedras, leva minha falsa liberdade.
O céu todo escuro, a foto de minha mãe na parede, quantas pessoas tentam se esconder da morte. Se eu pudesse, mudava a canção fúnebre da chuva, porque tanto medo?
Tudo isso se acaba, não fica nem uma singela gota d'água. Uma vez choveu a noite inteira, de manhã o sol brilhou e fomos a escola. A professora perguntou: "Do que vocês tem medo; da mula sem cabeça, do Saci Pererê?" Não professora, eu tenho medo da chuva!
A noite tão escura, os poucos vagalumes, fugiam dos meus livros de estórias, do lobisomem que morrera na chuva.
Se é que vocês me entendem.
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