CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS

TROCADILHO

Homem-lobisomem, tomando caldo de cana com pão doce na feira do Mutirão. Zé Felix na sanfona, fazendo um hino a Democracia, filosofia dos gatos com pedra nos sapatos, a amnésia nos ratos, e o Rei de Roma lavando às mãos na bacia de Pilatos.

Na escola, o  Pavão misterioso deu carta branca ao Tiradentes. A inconfidência deixou meus dentes postiços, nada contra a Celpe a Compesa, na balança do diabo o pesador dançou salsa e merengue.

Se Zé Mochila, chegasse a ser presidente da República, o Saci Pererê, seria o seu porta-voz.

Ai de nós, que acendemos velas para o dia santo e depois fazemos poemas para a lua. 

Cidade nua, chuva fina molhando a praça, e os meus sonhos se perderam na escuridão. 

O profeta Balaão, deu com o seus burros na água, 

Beba água antes de se deitar.

Boa noite anjos da manhã.

No sabor da maçã, Deus puniu Adão e Eva.

E a morte não erra o lugar de chegar.

Se é que vocês me entendem.