A crônica do meu sentimento
ENCONTRO
Numa manhã de terça-feira, minha alma sentiu-se como se fosse o Rio Chata caindo no Rio Una, e abraçados adentraram no mar. E eu, vos explico o porque de tanta glória.
Tive um prazer de encontrar na cidade de Lajedo, Zé do Pífano, ele que outrora morava no Alto de São Francisco. Falei que as casas daquela decente vila continuam todas iguais, e que às pessoas ainda bebem água e que elas ainda têm sede e fome de justiça.
Agora amigos, as ruas e praças e as calçadas, juntamente com as borboletas, choram e se rasgam de saudades da Banda de Pífanos do Alto de São Francisco. E Deus nos pergunta: Quem não chora?
Ora, essa banda de Pífanos do Alto de São Francisco, nos deu casa, nos deu água e o pão nosso de cada dia; e confesso, nada mais prazeroso, que aos domingos na feira livre daquela vila, tomar uma cachacinha com os amigos, vendo a banda de pífanos passar.
Naquele tempo tudo era bom. O algodão-doce, parece ser mais doce, as flores tinham mais perfume e eu, em meio ao corre-corre da vida, consegui falar com o meu ídolo Zé do Pífano numa manhã de terça-feira na cidade de Lajedo. Que coisa tão simples, que dia de glória, para além da vida e para além da morte.
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