O Crescimento da avaliação negativa do governo Jair Bolsonaro começa a provocar uma debandada de potenciais aliados nos estados, incluindo desistências de candidaturas a governos e a construção de palanques que vão além do bolsonarismo.
Estimativas realizadas pela Quaest Consultoria a partir de dados da pesquisa Genial/Quaest apontam que o governo Bolsonaro é avaliado negativamente por mais de 60% do eleitorado na Bahia e Pernambuco e mais de 50% em outros 18 estados.
O relatórios da Quaest usa a metodologia que estima opiniões de pequenos segmentos da população, conhecida pela sigla em inglês MrP. Foram ouvidas 2.063 pessoas, do dia 3 ao dia 6 de novembro. A margem de erro varia. Em geral, os dados são mais precisos quanto maior for o universo do eleitorado do estado.
Bolsonaro é avaliado negativamente pela maioria dos eleitores nos nove estados do Nordeste. Também tem avaliação negativa maior que 50% em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, e até mesmo em estados do Centro-Oeste ancorados no agronegócio, como Goiás.
A maior avaliação positiva está em Rondônia, Santa Catarina, Tocantins e Distrito Federal. Em nenhum estado brasileiro, contudo, a avaliação positiva do governo Bolsonaro é maior do que a negativa.
Os números coincidem com um movimento de afastamento de aliados de Bolsonaro nos estados. Pré-candidatos a governos estaduais em 2022 desistiram da empreitada ou começam a buscar palanques mais amplos e diálogo com partidos de centro e até da esquerda.
O movimento mais emblemático aconteceu na Paraíba. Principal aliado de Bolsonaro no estado desde 2018, quando abriu uma dissidência em seu partido para apoiá-lo, o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), desistiu de concorrer ao governo estadual.
A alta rejeição a Bolsonaro no estado foi o fator determinante para a desistência de Rodrigues, que tem dito a aliados que concorrer ao governo ancorado em Bolsonaro seria um movimento arriscado.
Ao mesmo tempo em que se afastou do bolsonarismo, Rodrigues retomou pontes com o governador João Azevêdo (Cidadania), que disputará a reeleição. A ideia é ser candidato a vice de Azevêdo e se cacifar para 2026. Caso não tenha êxito, deve ser candidato a deputado federal.
Movimento semelhante aconteceu no Piauí, onde o senador licenciado Ciro Nogueira (PP) desistiu de concorrer ao governo do estado depois de assumir a chefia da Casa Civil de Bolsonaro.
Ciro Nogueira vinha trabalhando sua candidatura desde que foi reeleito para o Senado em 2018, movimento que ganhou tração após ele romper com o governador Wellington Dias (PT) em agosto do ano passado. Em seu lugar, deverá concorrer ao governo sua ex-mulher, a deputada federal Iracema Portela (PP).
Em outros estados do Nordeste, pré-candidatos com campo da centro-direita buscam se afastar do presidente para construir palanques mais amplos, caso de Ronaldo Caiado (DEM) em Goiás, ACM Neto (DEM) na Bahia e Miguel Coelho (DEM) em Pernambuco.
fonte: Notícias ao Minuto.
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