No entanto, as mulheres representam apenas 33,3% do total de candidatos nas eleições municipais de 2020.
Em quatro
anos, o número de candidaturas femininas, nas eleições municipais, cresceu
cerca de 16,2%. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 184.107 mulheres
se candidataram no pleito deste ano, ante 158.450 postulantes nas eleições de
2016. Contudo, as mulheres representam apenas 33,33% do total de
candidaturas.
Desde 2018, por conta de uma determinação do Tribunal Superior Eleitoral, partidos políticos são obrigados a destinar ao menos 30% dos recursos do Fundo Eleitoral para candidaturas femininas. Além disso, a corte também determinou que o mesmo percentual deverá ser seguido em relação ao tempo destinado à propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.
A advogada eleitoral Bianca Gonçalves acredita
que ações afirmativas, como a determinação do TSE, são de extrema importância
para que a participação feminina na política aumente cada vez mais. “Não basta
ficar reclamando que não existem mulheres no espaço de poder. É necessário
conscientizá-las sobre o poder que elas têm e de que elas podem ocupar um
espaço na política”, destaca.
Em 2016, 641
mulheres foram eleitas ao cargo de prefeita, o que representa apenas 11,57% do
total de todos os eleitos para a função. De acordo com o TSE, nas eleições
municipais de 2016, 7,8 mil foram eleitas vereadoras, apenas 13,5% do total de
eleitos.
Analú,
candidata à Câmara Municipal de Cidade Ocidental (GO), município localizado no
entorno do Distrito Federal, diz que o Brasil possui uma cultura machista, que
é refletida na esfera política. “Quanto mais mulheres na política, e quando a
tomada de decisões passa por elas, representa um enfrentamento à cultura
patriarcal [em que só homens ocupam lideranças políticas]”, aponta.
Apesar do baixo número de candidaturas e de
mulheres eleitas para cargos municipais, o eleitorado feminino é maioria. O TSE
afirma que as mulheres compõem 52,49% do total do eleitorado apto a votar nas
eleições deste ano. Cerca de 77,6 milhões de mulheres terão o poder de escolha
no pleito, contra aproximadamente 70 milhões de homens.
Fonte: Brasil 61.
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