Cidades consideradas mais ricas em termo de valor da produção agrícola têm média da participação do PIB total de 36,8%.
Um estudo do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) revela que
municípios com maior valor da produção agrícola do país têm, em média,
participação direta no desempenho da economia local. O levantamento teve como
base dados da Produção Agrícola Municipal (PAM) e do Produto Interno Bruto
(PIB), ambos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para as 50 cidades consideradas mais ricas em
termos de valor da produção, a média da participação do PIB agro no PIB total é
de 36,8%, bem acima da média nacional, que é de 5,4%. A maior parte desses
municípios situa-se em Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Bahia.
Segundo a nota técnica do Mapa, destacam-se os
municípios de Sapezal (MT), líder na produção de algodão, onde o PIB agro em
relação PIB do município é de 54,5%; e São Desiderio (BA), líder do algodão na
Bahia, em que a participação do PIB é de 66,5%.
O supervisor da Produção Agrícola Municipal
(PAM), Winicius Wagner, destaca também a produção agrícola na cidade de
Sorriso, em Mato Grosso. “Entre os municípios, Sorriso foi o que mais se
destacou, não só como maior produtor nacional de soja e milho, mas também como
o município com maior valor da produção somando todos os produtos agrícola,
totalizando sozinho R$ 3,9 bilhões”, diz.
Wagner chama atenção ainda para a ampliação da área colhida em território nacional. "Foi ampliada em 3,5%, sendo a maior parte cultivada com soja, seguida por milho e cana", completa.
Segundo números do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento de 2019, Mato Grosso lidera o ranking dos estados com
maior valor da produção agrícola, com receita em R$ 58,3 bilhões. Na sequência,
aparecem os estados de São Paulo (R$ 55 bi), Rio Grande do Sul (R$ 40,8 bi),
Paraná (R$ 40,5 bi) e Minas Gerais (R$ 34,7 bi).
A receita da produção agrícola brasileira teve
alta em 2019, crescendo 5,1% e atingindo R$ 361 bilhões, novo recorde na série
histórica iniciada em 1974 pelo IBGE. Em 2018, o valor havia subido 8,3%. O
crescimento do ano passado foi puxado pelos grãos (6,8%), cujo valor total
chegou a R$ 212,6 bilhões, com destaque para a escalada das commodities feijão
(33,6%), milho (26,3%) e algodão (24,8%).
“O agronegócio brasileiro consegue ter renda nos
quatro setores da agroindústria, do setor de insumos, da produção e estimula o
setor de serviços. Ele (agro) consegue compor uma renda variável, uma gama
dinâmica de receitas”, avalia Joviano Cardoso, advogado especialista em direito
do agronegócio.
Para Cardoso,
o setor agrícola tem papel fundamental na recuperação econômica do país no
cenário pós-pandemia. “O agro brasileiro gera divisa. Tem sido sempre
superavitário nas transações, a gente vende mais do que compra. Conseguimos
gerar capital para dentro do país”, destaca.
Fonte: Brasil 61
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