De férias em nas casas dos seu pais em João Pessoa, Ítalo se prepara para o primeiro ano no time sub-20. Ele ficou alojado durante cinco anos no local do incêndio, de onde saiu segunda-feira.
JOSÉ ÍTALO - LATERAL Foto: Divulgação GE. |
O lateral-esquerdo Ítalo era um dos moradores mais antigos do CT do Flamengo até o último domingo, cinco dias antes do incêndio que matou 10 pessoas. Durante cindo anos, ele ocupou um dos alojamentos do Ninho do Urubu. Mas, por ter atingido a maioridade recentemente, precisou deixar o CT e foi passar férias na sua cidade natal, João Pessoa. Em transição para o primeiro ano na categoria sub-20, o paraibano se emocionou com a tragédia, revelou bastidores da "casa" das categorias de base do Flamengo, e disse que será difícil voltar ao locam em breve.
Ítalo estava dormindo quando foi acordado pelo pai com a notícia sobre a tragédia que vitimou jogadores, entre 14 e 16 anos, do Flamengo. De imediato, a cria das categorias de base tentou lugar para os amigos que trabalham no clube em busca de mais informações.
- Todos estavam em choque, sem acreditar no que tinha acontecido. Conhecia muito bem aquela área. Fico pensando nas vítimas, nas pessoas que ajudaram a tirar alguns atletas, os familiares. Um dia muito triste, principalmente para quem vive daquilo e tem isso como seu dia a dia. Vai ser muito difícil voltar lá. Ver as pessoas que eram do meu cotidiano sem estar presentes, ver daquele jeito o lugar onde eu morei tanto tempo - disse.
O lateral-esquerdo comentou como era a rotina no Ninho do Urubu.
- O convívio entre a gente era o melhor possível. Sempre com brincadeiras, risadas e muito companheirismo. Dos alojados, eu era o mais antigo. Ia sair neste ano para morar em outro local. Quando completa 18 anos, tem que deixar o alojamento. Fiquei até o dia 3 de fevereiro e agora vou ser integrado ao elenco sub-20 - afirmou.
Dos dez jogadores mortos no incêndio, Rykelmo Viana, de 16 anos, era o mais chegado de Ítalo. O atleta até revelou um apelido pelo qual o garoto era chamado.
- Eu conhecia todos, conversava com todo mundo. Se não me engano, só não cheguei a conhecer um, que era um dos mais novos que tinha chegado. Rykelmo era o mais próximo. A gente chamava ele de Bolívia. Tinha cara de boliviano e acabou pegando - finalizou.
RYKELMO VIANA - 16 ANOS VÍTIMA DO INCÊNDIO DO CT DO FLAMENGO Foto: Divulgação GE. |