quinta-feira, 11 de outubro de 2018

DECLARAÇÃO DE BOLSONARO DERRUBA ELETROBRAS NA BOLSA DE VALORES.

Mercado reagiu mal as declarações de Bolsonaro sobre as privatizações, que vai na direção oposto a cartilha liberal de Paulo Guedes.
O mercado reagiu mal à mudança de tom no discurso do candidato Jair Bolsonaro (PSL) em relação às privatizações. Depois de ele criticar a venda da Eletrobras na noite de terça-feira (9/10), as ações da estatal de energia caíram 9,1% na quarta-feira (10/10). O Ibovespa, principal índice da Bolsa, recuou 2,8% e o dólar subiu para R$ 3,76. "A gente vai vender (a Eletrobras) para qualquer capital do mundo? Você vai deixar a nossa energia na mão da China? A gente pode conversar sobre a distribuição, mas sobre geração não", afirmou o candidato, na noite de terça, em entrevista à TV Bandeirantes - hoje, os chineses já são os maiores geradores de energia privada do País.

O discurso de Bolsonaro vai na direção oposta da cartilha liberal de seu guru econômico, Paulo Guedes, que sempre defendeu a venda das emprestas estatais para arrecadar dinheiro para o pagamento da dívida pública e para viabilizar seu projeto de reforma da Previdência.

A entrevista de Bolsonaro à Bandeirantes também resultou, na quarta-feira (10/10), em uma queda de 3,7% na ações ordinárias (ações com direitos a votos) da Petrobras. O candidato declarou que a estatal não pode se "salvar" e "matar a economia", em referência à política de paridade internacional praticada pela estatal, que acompanha internamente os preços praticados nas principais bolsas de negociações de comodities. Na gestão de Pedro Parente no comando da petroleira, e foi uma das desencadeadoras da greve dos caminhoneiros.

Esse novo discurso do candidato do PSL em relação às estatais assemelha-se ao projeto petista, destaca Vale. "Acho que se ele (Bolsonaro) que ser diferente do (do PT), precisa sinalizar melhor ao mercado" disse Vale. Lisboa compartilha a mesma opinião: "Muitos aspectos econômicos do discurso (de Bolsonaro) são semelhantes ao do governo do PT após 2008. Mas um candidato (Bolsonaro) vende pela direita e outro (Fernando Haddad) pela esquerda."
Fonte/NE10.

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