Caso não consiga romper o isolamento, Bolsonaro terá apenas 8 segundos no horário gratuito de rádio e TV, a partir de 31 de agosto.
O pré-candidato do PSL ao Palácio do Planalto, deputado Jair Bolsonaro (RJ), já se prepara para uma campanha solo após tentativas frustradas de alianças partidárias. Em menos de 48 horas, ele ouviu um "não" do PR, comandado pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), e do nanico PRP - legenda do general da reserva Augusto Heleno Ribeirfo, cotado até então para ser o vice na chapa.
Caso não consiga romper o isolamento, Bolsonaro vai dispor de apenas 8 segundos em cada um dos dois blocos diários de 25 minutos no horário gratuito de rádio e TV, a partir de 31 de agosto.
Às vésperas de sua convenção partidária, no domingo, o presidenciável poderá ser obrigado a formar uma chapa pura, caso opte por dividir palanque com a advogada Janaina Paschoal, que se filiou ao PSL em maio. A campanha de Bolsonaro avalia também outra aliança "nanica", com o PRTB, que indicaria como vice o recém-filiado general da reserva Hamilton Mourão.
O deputado lidera as pesquisas de intenção de voto nos cenários sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato. Apesar da posição privilegiada na disputa presidencial e da longa carreira de parlamentar - ele está na câmara há 27 anos, no sétimo mandato consecutivo-, Bolsonaro enfrenta grande dificuldade para fechar acordos com outras siglas.
Após o PRP - que tem 4 segundos em cada bloco no horário gratuito de rádio e TV, recusar a vice de Bolsonaro, o partido afirmou que eventual aliança presidencial só será fechada se não atrapalhar a meta preconizada na cláusula de desempenho - quantidade mínima de deputados que um partido deve eleger para ter acesso ao Fundo Partidário e tempo no horário eleitoral a partir das próximas eleições.
Para enfrentar a falta de palanque eletrônico, a campanha do PSL já prevê uma estratégia que envolve recursos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para usar o direito de resposta no espaço dos concorrentes. A avaliação é de que Bolsonaro será constatemente alvo de ataques. "Vamos jogar no contra-ataque", afirmou o deputado Luciano Bivar (PSL-PE), um dos articuladores da campanha.
Fonte/NE10.